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O papel dos pais é fundamental para o sucesso escolar dos seus filhos bem como, pelo gosto pela aprendizagem. Diálogo, motivação e disciplina são fundamentais para agarrar o filho aos estudos e acabar com a frase “ Não gosto da escola!”.
O desejo, inquietude, a necessidade e a vontade de aprender, são essenciais para o sucesso escolar. Tão ao mais importantes que as aptidões, são as motivações.
Os pais não são nem devem ser professores dos seus filhos. A sua principal tarefa deverá incidir na relação educativa com os mesmos, para que estes se encontrem nas melhores condições de maturidade, para enfrentar com êxito as exigências que a sociedade lhes faz através da escola.
O que os pais fazem é mais importante do que aquilo que sabem.
O que podem fazer os pais?
Cabe aos pais estimular e ajudar a desenvolver:
Responsabilidades – Regras - Normas. Autonomia. Maturidade. Motivação Curiosidade. Gosto por aprender. Autoestima |
É muito importante para o desenvolvimento da criança que ela conviva com Regras e Limites claros, que lhe indiquem como agir e quais as consequências da sua conduta. A interiorização por parte da criança dessas normas, serão imprescindíveis mais tarde, nas mais variadas formas de relação dessa criança.
Ajudar a criança a construir um horário semanal, que é colocado num placard, que fica por cima da sua secretária de trabalho.
O horário deve:
Ser realista e adequado à criança.
Prever mais períodos de estudo nos dias com menos aulas/atividades
Começar pelas matérias de dificuldade média, de seguida as mais difíceis e por último as mais fáceis.
Contemplar períodos curtos (25-30’) e pré determinados de tempo. Conter pequenas pausas de 5-10’minutos, antes de prosseguir o estudo.
Construir um quadro, em que se distribuem as responsabilidades diárias de cada elemento da família (em que ela tem, por exemplo, de fazer, ou ajudar a fazer, a cama todos os dias, colocar a mesa ao jantar, etc.).
À medida que vai crescendo, a sua responsabilidade consolida-se.
Algumas dicas para Aumentar/Manter a Motivação do seu filho para Aprender
Seja firme e justo, pois eles precisam duma disciplina sensata, para serem autónomos e responsáveis.
Ensine-o a ser responsável em casa e valorize o que ele faz.
Tire tempo para passar com o seu filho e faça coisas divertidas com ele, escutando o que ele tem para dizer (especialmente sobre a escola).
Programe atividades em família que fomentem as aprendizagens, como visitas a uma biblioteca, a museus e a parques.
Crie situações em que ele tenha sucesso, pois são as crianças que experimentam o sucesso que gostam de tentar coisas novas.
Ajudo-o a identificar o que ele gosta de fazer e aquilo em que ele é bom. Por exemplo, se o seu filho gosta de futebol, encoraje-o a desenhar, ler e escrever sobre os jogadores.
Mostre-se interessado pela escola e pelas atividades escolares.
Fale-lhe sobre o que ele quer ser quando for grande e sobre o que a escola tem a ver com esse assunto.
Certifique-se que valoriza e elogia o seu filho por se esforçar e conseguir atingir metas. Todas as crianças precisam de saber se estão a fazer bem as coisas.
Crie um equilíbrio entre o elogio e valorização e o castigo/desaprovação.
Fatores que aumentam o Gosto pela Aprendizagem e pelo Estudo
Uma perceção positiva de si mesmo e das suas competências.
A noção que tem controlo sobre os acontecimentos da sua vida, em particular sobre o seu processo e resultados de aprendizagem.
Uma imagem positiva e valorizada da escola e do que é – e para que serve aprender.
Autoestima
Para que a criança tenha acesso a um desenvolvimento pleno das suas capacidades, nomeadamente físicas, psíquicas e sociais, ela necessita de gostar dela própria, amar-se a si mesma. Mas para que ela aprenda a amar-se e a amar os outros, tem que se sentir amada e respeitada por aqueles que a rodeiam.
O problema dos rótulos (preguiçoso, lentinho…) e da falta de compreensão dos diferentes ritmos de aprendizagem de cada criança, bem como, das comparações (porque é que o meu filho ainda não lê e o filho da minha amiga, com a mesma idade, já lê tão bem?)
As comparações podem levar a criança a:
Duvidar de si mesma.
Duvidar das suas capacidades.
Tornar-se insegura.
Medo de arriscar, devido ao medo de errar.
A título preventivo gostaria de chamar a atenção para algumas caraterísticas, de uma criança com baixa autoestima. Atenção que não é pelo facto de a criança de vez em quando, dizer algumas das frases, das que se seguem, que se pode dizer que a mesma, tem uma baixa autoestima, isto seria no mínimo abusivo. Estes sentimentos/comportamentos têm que ser persistentes no tempo.
Relutância para aprender coisas novas e em aceitar desafios.
Podem pedir frequentemente ajuda aos pais, ou recusarem-se a fazer as coisas sozinhas.
Utilizam frequentemente frases do tipo: «Não consigo»; «Não sou bom a fazer nada”.
Criticam e desvalorizam excessivamente o que os outros fazem.
Grande reação e dependência ao que os outros dizem acerca dela e do que ela faz.
Reação exagerada perante situações que deveriam causar pouca ansiedade, como: críticas construtivas, restrições de tempo, etc.
São facilmente influenciáveis pelos colegas.
Muito sensíveis aos altos e baixos do dia-a-dia. Por exemplo, falhar pode ser devastador, mesmo que em projetos de menor importância.
Algumas pistas e dicas que têm por objetivo um envolvimento dos pais na construção do processo de autoestima
Pais carinhosos, disponíveis, preocupados e afetivos, normalmente, têm filhos com uma boa autoestima.
Crie uma harmonia em casa através de regras justas e claras. Dê oportunidade de se discutirem as áreas de desacordo entre a família.
Conheça as forças e fraquezas do seu filho, pois só assim conseguirá fazer exigências razoáveis, com base no desenvolvimento dele.
Estabeleça «tempo de família».
Ouça atentamente o seu filho. Mesmo por pouco tempo, quando estiver a ouvir, escute mesmo.
Permita que o seu filho tome algumas decisões nas atividades diárias.
Diga-lhe que acredita que ele é capaz de fazer as coisas sozinho.
Atribua-lhe responsabilidades diárias em casa e certifique-se de que são cumpridas
Separe afetos de comportamentos.
Encoraje o seu filho a desenvolver várias competências e hobbies em que ele sinta que é bom.
Tente não demonstrar em frente à criança que não concordam em relação a algo.
Aos pais compete educar com otimismo, mostrar confiança nos filhos e encorajar os seus esforços.
«Há que se cuidar do rebento
Para que a vida nos dê flor e fruto.»
Wagner Tiso e Milton Nascimento
Por Isabel Nobre
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